Desde muito jovem entendi que ocupar espaços de liderança não deveria ser um acaso, mas sim fruto de preparação constante. Ingressei na Polícia Militar do Paraná. No ano de 2002, aos 19 anos, onde hoje sou Terceiro Sargento. Busquei formação em Direito, especializações na área da segurança e, mais tarde, no ano e 2017, fui para dentro da comunidade como voluntária para conhecer de perto a realidade das mulheres em situação de vulnerabilidade. Foi nesse caminho que nasceu o Projeto Coração, uma iniciativa social que fundei para atender meninas de 12 a 15 anos na comunidade do Bubas, em Foz do Iguaçu-PR, com foco em educação, cultura e prevenção à violência. Ao longo dos anos, já alcançamos mais de 10 mil crianças e adolescentes, provando que transformação acontece quando nos preparamos e nos dedicamos com propósito.

Essa trajetória pessoal me trouxe uma reflexão: não devemos nos surpreender quando surge uma oportunidade de ocupar um cargo político ou de liderança. Precisamos nos preparar ao longo da vida com essa meta em mente, seja para um cargo eletivo ou não. Assim, quando o momento chega, estamos prontas para assumir a responsabilidade de representar e transformar.

A representatividade feminina, nesse sentido, não é apenas estar presente, mas estar qualificada, fortalecida e consciente do papel que se exerce. Mulheres que chegam a esses espaços precisam, também, se unir às que ainda buscam essa conquista. O verdadeiro avanço acontece quando cada mulher que alcança visibilidade abre caminho para outras, compartilhando experiências e construindo redes de apoio.

Para isso, algumas estratégias são fundamentais. O posicionamento nas redes sociais deve ser assertivo, com clareza e autenticidade, pois hoje é ali que se forma grande parte da opinião pública. O posicionamento em eventos precisa transmitir confiança e respeito, mostrando preparo e presença. E a oratória eficaz é indispensável: comunicar-se bem com a população exige empatia e simplicidade, enquanto dialogar com os pares políticos exige firmeza e clareza.

Preparar-se, portanto, não é apenas estudar ou acumular títulos: é viver cada etapa da vida com a consciência de que estamos trilhando um caminho que pode nos levar ao poder. E quando esse momento chegar, teremos não só o desejo de ocupar, mas a capacidade de transformar.