Ser mulher na política não é fácil. A gente sabe que, muitas vezes, precisa provar duas vezes que é capaz, que tem preparo e que sabe decidir. Já passei por situações em que minha opinião parecia ser colocada em dúvida só por eu ser mulher. Isso machuca, mas também fortalece. Porque cada barreira que a gente derruba abre caminho para outras mulheres seguirem.

Conciliar vida pessoal com a pública também não é simples. Enquanto tomamos decisões importantes para a cidade ou para a região, também somos mães, filhas, esposas, amigas. Somos cobradas em dobro. Mas aprendi que é justamente dessa mistura de papéis que nasce a nossa força: conseguimos ouvir, cuidar e, ao mesmo tempo, sermos firmes nas decisões.

Muitas vezes nos inspiramos em grandes personalidades – e isso é válido. Mas precisamos lembrar que a nossa maior inspiração pode estar bem perto: nas nossas mães e avós, que enfrentaram tantas dificuldades com coragem; ou naquela amiga que acorda cedo para fazer a diária, que batalha na roça, ou que passa o dia em pé atendendo no salão de beleza. Essas mulheres, que muitas vezes não aparecem nos jornais, são gigantes na vida real. São elas que nos ensinam o que é força de verdade.

O que eu quero dizer para todas as mulheres é: acreditem em vocês. Se preparem, estudem, busquem apoio e não se deixem desanimar. A política precisa de mais vozes femininas. Quando uma mulher ocupa um espaço de poder, ela não chega sozinha – leva junto a história de tantas outras que abriram caminho.

E nós, que já estamos nesses espaços, temos o dever de estender a mão, de incentivar e de mostrar que é possível. Só assim teremos cada vez mais mulheres participando das decisões que mudam a vida das pessoas.

Meu convite é simples: não tenham medo de ocupar o lugar que é de vocês. A política precisa do nosso olhar humano, firme e transformador.