Sim, acreditem! Ainda hoje, muitas mulheres são lembradas apenas para “fechar cotas” eleitorais. Por mais que pareça ultrapassado, o machismo ainda insiste em se manter no ambiente político. É nosso dever impor nossa presença e estarmos cada vez mais unidas. Lutamos no passado pelo direito ao voto, conquistamos o direito de sermos candidatas e, agora, precisamos lutar para que as políticas voltadas às mulheres sejam levadas realmente a sério.
Vivemos um tempo em que a presença feminina nos espaços de decisão ainda enfrenta barreiras, mas também abre oportunidades inéditas. Como mulher, mãe, esposa, avó, cristã e empreendedora social, aprendi que nossa força está justamente em não abrir mão de quem somos: em manter a essência do feminino, que é plural, sensível e, ao mesmo tempo, corajoso.
Minha caminhada em Foz do Iguaçu me mostrou que liderança não se constrói apenas com discursos, mas com ações que tocam vidas. Ao longo dos anos, percebi que a verdadeira transformação social exige fé, resiliência e a capacidade de enxergar no coletivo o motor da mudança. É por isso que tenho dedicado minha vida a construir e impulsionar mulheres: porque quando uma mulher se levanta, abre espaço para que muitas outras também se levantem e floresçam.
A política, muitas vezes, é vista como um ambiente distante e até hostil para nós, mulheres. No entanto, acredito que é justamente ali que precisamos estar. Devemos ocupar mesas de decisão, conselhos, secretarias, câmaras e assembleias — não para reproduzir velhos modelos, mas para trazer nossa visão, sensibilidade e coragem. Nossa presença política não é um luxo, é uma necessidade social.
É fundamental compreender que ser formadora de opinião não é algo restrito a poucas. Cada
mulher, em seu lar, em sua comunidade ou em sua profissão, já exerce influência. A diferença está em
transformar essa influência em impacto, em assumir conscientemente o papel de quem não apenas fala, mas participa das decisões que moldam nossa cidade, nosso estado e nosso país.
À frente do Instituto Impacta Brasil, acompanhei histórias de mulheres que, antes silenciadas, hoje
são protagonistas em seus contextos. Isso confirma que a política precisa ser ocupada por nós —
mulheres reais, com histórias reais. Não precisamos negar nossa identidade de mães, esposas, avós ou
profissionais. Pelo contrário, é nessa multiplicidade de papéis que reside nossa maior força.
Ainda temos um caminho árduo. Mas acredito que, quando unimos fé, propósito e ação social,
construímos um legado que vai além de nós mesmas. Política não é apenas sobre partidos ou cargos, mas sobre transformar realidades. Isso só será possível quando decidirmos estar presentes e sermos parte ativa desse processo.
O palco desta missão é Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira, onde nossas irmãs dos países vizinhos também se inspiram nos exemplos que florescem aqui. Que sejamos mulheres capazes de continuar transformando realidades e construindo um legado em vida — sólido, permanente e ecoando além do nosso tempo.