Fui a primeira mulher a presidir uma sessão na Câmara Municipal de São José dos Pinhais. Depois, me tornei a primeira mulher eleita prefeita da cidade, e hoje, com muito orgulho, também sou a primeira mulher reeleita. Esses marcos são simbólicos, mas o que realmente importa é o caminho que percorremos para abrir portas que durante muito tempo estiveram fechadas para nós.
Antes de ingressar na vida pública, atuei por muitos anos na empresa da minha família. Essa vivência me ensinou, na prática, o valor do trabalho, da gestão com responsabilidade e da dedicação diária para transformar desafios em oportunidades.
Ser a primeira tem seu peso. É enfrentar olhares duvidosos, romper barreiras silenciosas e, muitas vezes, andar por caminhos onde não havia passos antes. Mas é também uma oportunidade de mostrar que o lugar da mulher é onde ela quiser, inclusive no centro das decisões, liderando cidades, conduzindo políticas públicas e transformando realidades.
Ao longo da minha trajetória, aprendi que o mais importante não é apenas chegar, é garantir que outras mulheres venham junto. Por isso, acredito profundamente no poder da representatividade. Quando uma mulher ocupa um espaço de liderança, ela não está ali apenas por si: ela está por todas aquelas que ainda não puderam, por todas que estão lutando para conseguir e por todas que virão depois.
É por isso que sempre digo: precisamos estar juntas. É na união que ganhamos força para resistir, para conquistar e, principalmente, para permanecer. Apoiar outras mulheres, abrir espaço, estender a mão, isso também é política. É sororidade com propósito.
E precisamos de cada vez mais mulheres na política. Só assim garantiremos mais políticas públicas pensadas para nós, com a sensibilidade e a escuta que tantas vezes nos foram negadas.