A minha entrada na política foi tudo, menos planejada. Um convite feito ao vivo pelo Ratinho, que me chamou para ser pré-candidata a deputada estadual, mudou minha vida. Eu, que nunca tinha participado da vida pública, aceitei o desafio de peito aberto. Fiz uma campanha de apenas 40 dias, contando com o carinho que o povo do Paraná já tinha por mim dos tempos de TV. Sempre fui uma mulher que fala o que sente, que defende quem precisa, especialmente outras mulheres — vítimas de violência, mães solo, guerreiras da vida real.

Ser mulher em um espaço de poder é, sim, um desafio. A gente precisa provar o tempo todo que é capaz, que tem competência e que merece estar ali. Mas, gente, é justamente por isso que precisamos estar em todos os espaços: na política, na liderança, na decisão.

A participação das mulheres nos espaços públicos vai além de uma questão de justiça. É uma necessidade democrática. Uma sociedade justa só se constrói com representatividade — e como podemos falar de representatividade se metade da população ainda é minoria nos espaços de poder?

Quando uma mulher ocupa um cargo público, ela leva com ela a vivência de quem conhece de perto os desafios de ser mulher neste país. Ela luta por políticas de prevenção à violência, por mais igualdade, por oportunidades reais. E não faz isso só por outras mulheres, não — faz por todos! Porque uma sociedade mais igual é boa para todo mundo.

Mas também precisamos falar das barreiras. As estruturas ainda são machistas. As portas nem sempre estão abertas. Ainda enfrentamos o preconceito, a desconfiança, os olhares atravessados. Quantas vezes não ouvimos: “Mas será que ela dá conta?” Damos conta, sim! E damos com coração, competência e coragem.

Por isso, deixo aqui um chamado: mulheres, participem! Ocupar espaço é um ato político. Seja na política, na escola, no posto de saúde, no sindicato, no seu bairro — a sua voz importa. E mais: apoiem outras mulheres. Quando uma sobe, puxe outra. Quando uma fala, escute. Quando uma conquista, comemore junto.

Se eu, que vim da televisão, sem partido, sem estrutura, consegui chegar até aqui com coragem e fé, você também pode. Precisamos de mais mulheres decidindo, opinando, liderando.

Vamos juntas.